segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Vendas de carros estão caindo. Isso é preocupante!


O então presidente Luiz Ignácio Lula da Silva falou  em alto, claro e bom som que a crise da industria automobilística internacional de 2008 era apenas uma "marolinha" e que não atingiria o Brasil. 
A previsão do ex-presidente realmente se mostrou verdadeira, e o Brasil não sofreu grandes problemas com aquela crise. A recessão no País durou apenas um semestre, o PIB fechou em 1,9% no segundo trimestre, depois de dois trimestres em queda, além das boas recuperações da Bolsa de Valores e do Real.

À época, o jornal francês Le Monde, em artigo comentando a crise internacional, mencionava os Brics como um marco da crise financeira global,encabeçada pela quebra do banco Lehman Brothers. Ainda segundo o artigo, era para os grandes países emergentes, entre eles o Brasil, que se direcionava a esperança de que a fase de recuperação do nível de vida iria melhorar, e que seus modelos de crescimento, baseados na exportação, iriam se deslocar, garantindo mais importância à demanda interna, ou seja, o Le Monde à época mostrava que os países emergentes deveriam dar mais atenção à industria interna.

Esse artigo foi escrito em 2009.Lula acertou e o Brasil conseguiu se manter. A indústria interna investiu, mas os governos petistas da sequência se perderam na política econômica, nosso PIB não cresce e se mantém em níveis terríveis e o governo gasta mais do que arrecada. 

Resultado disso tudo: recessão e desemprego na indústria. Tudo isso para confirmar que vivemos tempos difíceis e de pouca expectativa. Se a crise internacional de 2008 era uma "marolinha" a crise interna de 2015 é um "maremoto" que impulsiona nossa economia para o fundo do mar, sem grandes expectativas mesmo com as frases prontas do atual ministro da Fazenda tentanto mostrar o contrário.

Lá na frente, segundo Joaquim Levy, o Brasil vai recuperar sua condição de crescimento continental, produtivo e ávido por investimento de tudo quanto é tipo. Afinal, como diz a jornalista Thaís Herédia, temos tudo para se fazer e não temos poupança para construir.

E o que isso tudo tem a ver com a título da coluna?
Simples. A Volkswagen em Taubaté coloca 220 trabalhadores em férias coletivas. A direção da fábrica diz ter 400 funcionários excedentes. Isso quer dizer que dos 5 mil empregados, 400 não devem continuar. Vem aí mais um PDV.

Na poderosa GM de São José dos Campos, que desde 2008 sofre com os desmandos do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, funcionários estão em greve desde a sexta-feira passada, não concordando com a possibilidade de demissão de 700 empregados. A GM já deu o que tinha que dar em São José. A direção internacional da fábrica, comandada pelos fundos de pensão nos Estados Unidos, está louca para enxugar a planta joseense ou, como já se especulou, fechar a unidade e vender o terreno para um conglomerado empresarial.

Até a Ford, que seria uma das mais tranquilas no Vale do Paraíba, passa por ajustes em seu quadro de funcionários. E a Chery, potencia chinesa que abriu as portas recentemente em Jacareí, já sinaliza com produção menor do que  anunciava.

E se a industria automobilística vai mal, pode esperar que todo o resto vai mal também.

Agora não tem "marolinha" não.

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