quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Justiça italiana autoriza extradição de Henrique Pizzolato

Ex-diretor de Marketing do BB, Henrique Pizzolato
com G1.com.br
O ex-diretor de marketing do BB, Henrique Pizzolato se entregou à Justiça italiana nesta quinta-feira (12), após a Corte de Cassação de Roma ter decidido por extraditá-lo, de acordo com informações do Bom Dia Brasil. Ele se entregou na cidade de Maranello.
Segundo a defesa de Pizzolato, ele já foi transferido para a penitenciaria chamada Casa Circondariale di Modena.
Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no julgamento do mensalão do PT. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), ele cometeu os crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. 
A decisão sobre a extradição para o Brasil, divulgada pela Corte também nesta quinta, será agora política e irá para o Ministério da Justiça da Itália, que tem até três semanas para decidir. A Corte de Cassação acatou recurso do governo brasileiro e do MInistério Público da Itália, contra sentença da corte de Bolonha do ano passado que negou a extradição.
A Advocacia-Geral da União informou em seu site que o governo brasileiro foi oficialmente notificado da decisão da corte italiana às 7h, no horário de Brasília.
Defesa
O advogado de Pizzolato, Alessandro Sivelli, disse em comunicado enviado à imprensa que está espantado com a anulação da decisão anterior que rejeitava a extradição, sem que fatos novos fossem apresentados, mas afirmou estar certo de que o Ministro da Justiça italiano não a concederá.
Segundo ele, a defesa tem a intenção de recorrer à Corte Europeia de Direitos do Homem, além de pedir ao Ministro da Justiça italiano que não conceda a extradição – o ministro ainda precisa aprovar a decisão da Corte de Roma. A defesa já apresentou um recurso na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Histórico
Em 2013, quando o STF se encaminhava para rejeitar os últimos recursos da defesa e determinar a execução da sentença do mensalão, Pizzolato, que tem cidadania italiana, fugiu para a Itália. 
Ele foi preso na cidade de Maranello em fevereiro de 2014 por portar documento falso. Depois, foi solto em 28 de outubro, quando a Corte de Bolonha negou sua extradição e permitiu que ele respondesse em liberdade. No mês seguinte, a Advocacia-Geral da União (AGU) do Brasil apresentou o recurso contra a decisão.
Na sessão desta quarta na Corte de Cassação, a defesa de Pizzolato usou como argumento o caso do ativista italiano Cesare Battisti, que teve o pedido de extradição para a Itália negado pelo Brasil. A defesa do ex-diretor do BB apela para o princípio da reciprocidade, em que a Itália deveria tomar a mesma decisão tomada pelo Brasil. Isso, entretanto, não foi aceito pela Justiça.

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