O samba do crioulo doido

Foi em Diamantina / Onde nasceu JK

Que a princesa Leopoldina / Arresolveu se casá

Mas Chica da Silva / Tinha outros pretendentes

E obrigou a princesa / A se casar com Tiradentes

Lá iá lá iá lá ia / O bode que deu vou te contar

Lá iá lá iá lá iá / O bode que deu vou te contar

Joaquim José / Que também é

Da Silva Xavier / Queria ser dono do mundo

E se elegeu Pedro II

Das estradas de Minas / Seguiu pra São Paulo

E falou com Anchieta / O vigário dos índios

Aliou-se a Dom Pedro / E acabou com a falseta

Da união deles dois / Ficou resolvida a questão

E foi proclamada a escravidão/ E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história/ Que é dos dois a maior glória

Da.Leopoldina virou trem / E D.Pedro é uma estação também

O, ô, ô, ô, ô, ô / O trem tá atrasado ou já passou

A letra que você acabou de ler é do poeta e jornalista Sérgio Porto, que usava o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta.O enredo mostra como Chica da Silva obrigou a princesa Leopoldina  casar-se com Tiradentes, e este, depois, eleito Pedro Segundo quando procurou o Padre Anchieta e ambos, Pedro Segundo e Anchieta, proclamaram a escravidão.
Quantos disparates você encontrou no paragrafo anterior?
São condições absurdas que não fazem parte do contexto da nossa história, é verdade, mas que se encaixa bem no que pretendo conversar com você neste comentário.
O Brasil vive momentos de corda bamba.
Nossa política, pra lá de desacreditada, dá, a cada dia, mostras que precisa mudar. Não se pode confiar mais em ninguém. Para o povo, que está nas ruas, político nenhum presta.
A edição deste final da revista Veja vai trazer mais um round desta batalha que está apenas começando, envolvendo uma de nossas principais empresas, a Petrobrás.
Agora, segundo a revista é político atacando empreiteiras e elas, por sua vez, jogando maionese no ventilador da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. Este, alías, que ganhou uma couraça durante o mensalão que denúncia nenhuma conseguia alcançá-lo. Foi o tempo dos três macaquinhos do Palácio do Planalto que não viram nada, não falaram nada e não ouviram nada.
E assim segue a humanidade, a cada dia uma enchente de denúncias que inunda nossos noticiários.
Tudo mais ou menos como o samba do crioulo doido.
Mas, para encerrar, me vem outra música na cabeça:

"E o povo como está?

Tá com a corda no pescoço!"

E assim seguimos com o nosso gigante adormecido. Tá difícil de acordar, hein?!?!?!

Um grande abraço.