90 anos de GM no Brasil

No dia 26 de janeiro de 1925 começa a atuar no Brasil a General Motors, com sua primeira fabrica no País, produzindo um furgão de entregas. A história dos Chevrolets nacionais começa oficialmente em 1957, com caminhões. O primeiro carro, o inesquecível Opala, surgiu em 1968. Nestas 9 décadas de Brasil, a GM produziu 14,5 milhões de carros.
No Vale do Paraíba a potencia americana na fabricação de carros chegou em 1959, inaugurando em março sua unidade em São José dos Campos, a maior planta da montadora no Brasil. Somente na unidade joseense foram mais de 5,5 milhões de carros produzidos.
Em 1970 a GM São José dos Campos produz seu primeiro "best seller" da industria automobilística brasileira, o famoso Chevette.

Vista aérea da unidade da General Motors em São José dos Campos

Esta é uma parte importante da história da General Motors no Brasil. Desde sua fundação, há 90 anos, a empresa é uma das mais importantes do mundo, mas nos últimos anos vem passando por dificuldades enormes, principalmente em sua unidade de São José dos Campos.
A montadora, que já chegou a empregar 12 mil funcionários, hoje tem pouco mais 6.500. Deixou de produzir modelos, fechou linhas e espera de forma alucinante um investimento na fabrica do Vale do Paraíba.
E pelo que parece este sonho não será realizado. Do aporte de R$ 6,5 bilhões que a matriz americana pretende investir no completo brasileiro, o Vale do Paraíba está fora.
Fica cada vez mais claro que a implosão da GM no Vale do Paraíba parece uma questão de tempo. E a falta de investimento parece ter um ponto de partida, sem um porto de atracamento.
A falta de maleabilidade por parte do "poderoso" Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Desde 2008 a posição centralizadora do Sindicato vem prejudicando o desenvolvimento da fabrica joseense.
É preciso mais diálogo, mais negociação, mais capacidade para se chegar a um denominador comum. Mas infelizmente o Sindicato joseense não parece preocupado com isso.

1953: placa anuncia a chegada da GM à São José dos Campos

Crises a parte, o importante é o desenvolvimento da montadora no Brasil, completando 90 anos de confiança no País. E nós, aqui no Vale do Paraíba, continuamos esperando que a unidade joseense não sofra com a possibilidade de um fechamento. Muitos podem dizer que isso é impossível, mas não o é. Basta uma decisão dos fundos de investimentos americanos e as portas do complexo de 8 fábricas num terreno de 2,7 milhões de metros quadros e 500 mil metros quadrados de área construída pode ser fechado e vendido. O que seria muito triste para a história metalúrgica de nossa região.