Uma das frases mais velhas do jornalismo brasileiro é que nosso país varonil, terra de encanto e magia, precisa ser passado a limpo. Nada mais verdadeiro!
Mas a pergunta que fica é: a quem interessa passar esse Brasil a limpo?
Tirar a sujeira que está se acumulando debaixo do tapete e mostrar o lixo que se junta à tantos e tantos anos, desde os tempos da vexatória ditadura militar, que ceifou do país anos de desenvolvimento e nos jogou no mar do esquecimento.
Pior que, com a volta da democracia, a partir de 1985, com a eleição de Tancredo Neves, tudo parecia tomar outros rumos e o passar o Brasil a limpo parecia estar se concretizando, aumentando a esperança e o sonho das reformas começava a sair do papel.
Pura ilusão. Saímos das mãos dos militares do retrocesso e caímos na lábia dos democratas corruptos, interessados apenas em arrecadar fundos de campanha e encher os bolsos.
Vieram os escândalos dos anões do orçamento, o sequestro da poupança da dona Zélia Cardoso de Mello (alías, que fim levou???), o escandaloso Fernando Colllor de Mello.
Nesse ínterim ainda tivemos a Sudam, a Máfia dos Fiscais, e a obra superfaturada do fórum trabalhista de São Paulo, o pudico Severino Cavalcante, o maior (até agora) de todos, o Mensalão do PT e chegamos finalmente à depravação e implosão da mais poderosa empresa brasileira, a Petrobrás, fonte de renda para tantos mensalões pagos nos últimos anos a título de financiamento de campanha.
O Brasil precisa ser passado a limpo, sem dúvida. E a limpeza precisa ser grande!
Não vai faltar detergente e água sanitária para limpar tanta sujeira, manchas que parecem não querer sair. Manchas com nomes e sobrenomes, como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Notório político carioca, de imagem ilibada e que se oferecer para ir à CPI da Petrobrás, de graça, para rebater acusações que teria contas no exterior.
O pano caiu e mostrou o rei nu... A mancha começou a admitir que tem contas lá fora. Resta saber quanto dinheiro dos nossos bolsos foi desviado e que enche os cofres de cidadãos como o senhor Eduardo Cunha e tantos outros políticos brasileiros, que posam de bons moços, pilares da verdade, sustentáculos da defesa do povo brasileiro, colunas da política brasileira. Verdadeiros defensores da boa fé da povo tupiniquim.
Mas, parodiando um velho ditado, água mole em pedra dura tanto bate até que fura. O pano está caindo para muitos e que reis e "rainhas" possam ser desnudados e envergonhados diante de tanta bandalheira.
Que outros "Sérgios Moros" surjam da lícita, reta e legítima justiça brasileira.
Mas fica aqui um pedido: que os antros do poder não interfiram na ação dos "Moros" do nosso poder judiciário, como aconteceu com a juíza que convocou o filho do ex-presidente Lula para depor. Ela foi tirada do caso. Era substituta e voltou para o seu tribunal.
Muito conveniente assim. E os ratos continuam, dia a dia, roendo a roupa do rei de Roma. E no caso desse rei, a roupa é nossa.
Um abraço a todos!
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